Seletividade Alimentar: Como a T.O. pode ajudar?
A Terapia Ocupacional pode ser a chave para entender as questões sensoriais por trás da seletividade alimentar e transformar a hora da refeição.

Para muitas famílias, a hora de comer é sinônimo de estresse. Pratos intocados, recusa de alimentos e uma lista de "comidas seguras" que só diminui. Se essa descrição parece familiar, saiba que isso vai muito além de "birra" ou de ser "chato para comer". Frequentemente, a raiz da questão é sensorial, e é aí que a Terapia Ocupacional (T.O.) se torna uma aliada poderosa.
O que é, de fato, a Seletividade Alimentar?
É uma dificuldade persistente em comer certos alimentos, geralmente baseada em características como textura, cor, cheiro ou temperatura. A criança pode aceitar apenas alimentos crocantes, recusar tudo que é "mole" ou ter pavor de comidas de uma determinada cor. Isso acontece porque o cérebro dela está processando as informações sensoriais da comida de uma maneira diferente, o que pode gerar desconforto ou até mesmo aversão.
O Papel do Terapeuta Ocupacional: O Detetive Sensorial
O T.O. atua como um verdadeiro detetive para entender o perfil sensorial da criança. O objetivo não é forçar a criança a comer, mas sim ajudá-la a construir uma relação positiva e segura com os alimentos. Veja como isso funciona na prática:
- Investigação Sensorial: A primeira etapa é entender o que exatamente incomoda a criança. É a textura pastosa do purê? O cheiro forte de uma fruta? O barulho de algo crocante? Mapear essas dificuldades é a chave para começar o trabalho.
- "Brincar com a Comida": A T.O. utiliza a abordagem lúdica para a exploração. A criança é convidada a tocar, cheirar, carimbar e montar coisas com os alimentos, sem nenhuma pressão para comer. O objetivo é dessensibilizar e criar memórias positivas, transformando o "vilão" em algo divertido.
- Dessensibilização Gradual: O processo é feito em pequenos passos, respeitando o tempo da criança. Começa-se tolerando o alimento no mesmo ambiente, depois no prato, tocando com um talher, com o dedo, cheirando, até finalmente dar uma lambida ou uma pequena mordida. Cada passo é uma vitória!
- Adaptação e Estratégia: O T.O. também orienta a família sobre como apresentar os alimentos de formas diferentes (cortes divertidos, texturas misturadas gradualmente) e a adaptar utensílios para dar mais autonomia e segurança à criança.
Paciência e Consistência são os Ingredientes Principais
Mudar a relação de uma criança com a comida é um processo que exige tempo e paciência. Não há soluções mágicas. O mais importante é eliminar a pressão e o estresse da mesa, focando na exploração e no bem-estar.
Se as refeições têm sido um desafio na sua casa, converse com nossa equipe de Terapia Ocupacional. Juntos, podemos criar um plano de ação individualizado para transformar a alimentação em um momento de nutrição, descoberta e alegria para toda a família.